Em entrevista à imprensa portuguesa, Luís Rinaudo, pai de Fabián Rinaudo, conta a história do filho e diz que o Sporting ganhou um senhor jogador. Leiam então a entrevista/artigo prestada por Luís Rinaudo:
Fabián Rinaudo faz neste sábado a despedida do Gimnasia y Esgrima. O trinco está de viagem marcada para Portugal, onde vai representar o Sporting, e o pai reconhece que a recepção ao Boca Juniors vai ser especial. «Vão ser muitas emoções para ele», conta. «É o clube onde ele cresceu, é normal.»
Na cabeça da família Rinaudo só já está, porém, o Sporting. «O Gimnasia é um bom clube, mas é pequeno. Ele precisava de outra coisa para evoluir como jogador». «Fiquei muito contente quando surgiu esta proposta de Portugal. No Gimnasia ele não conseguia evoluir mais.»
Luis Rinaudo adianta de resto que o filho viaja para Lisboa «a 28 ou 29 de Junho». «Não sei ao certo e não quero mentir, mas acho que é isso», adianta, com uma simpatia desarmante. «Os adeptos do Sporting que fiquem tranquilos. Vai chegar ao clube uma excelente pessoa e um senhor jogador.»
Para além disso, acrescenta, vai chegar um jogador motivado. «Ele está super feliz. Nós próprios também estamos com muitas expectativas. Não conhecíamos muito de Portugal, mas o Sporting é um clube conhecido em toda a América do Sul. É um dos três grandes de Portugal e vai ser bom para ele.»
Para trás ficam as dificuldades e as saudades que apertaram da primeira vez que teve de sair de casa. «Tinha 15 anos e foi chamado para um clube de Buenos Aires. Foi fazer testes, foi seleccionado, viajou para lá, mas não quis ficar. Ainda era muito novo e não estava preparado para sair de casa.»
Um ano depois tudo foi diferente. «A mesma pessoa que o tinha levado para Buenos Aires viu-o jogar, outra vez por uma selecção de Santa Fé, e propô-lo ao Gimnásia. Era o senhor Miguel Angel, muito boa pessoa. Ele jogava pelo clube da terra, o Atlético Defensor, foi fazer testes a La Plata e ficou.»
Nessa altura desfez-se da outra paixão da vida dele: a mota. «Comprou uma mota quando tinha 14 ou 15 anos, mas nunca correu. Era só para dar as voltinhas dele, como fazia qualquer rapaz. Quando foi para o Gimnasia, telefonou-me a dizer para a vender, que se ia dedicar em exclusivo ao futebol. E assim foi.»
O resto já se sabe: estreou-se com 21 anos e foi chamado à selecção por Maradona com 22 anos. «Foi maravilhoso. É uma das coisas que mais gosto lhe deu. Não há muitos jogadores que vão à selecção, seja qual foi o país. Depois o seleccionador mudou, veio Batista e voltou a chamá-lo.»
Nesta conversa, Luís Rinaudo enche-se de orgulho. «Desde criança que soube que ele ia ser jogador. Eu também joguei, nunca a este nível, mas o futebol encanta-me. Acompanhei-o desde criança, levava-o a todo o lado e sempre tentei que tivesse todas as condições.»
Hoje sente que valeu a pena. «O que mais me encanta no Fabián é a excelência. Faz tudo bem, praticamente não comete erros», elogia. «Hoje é muito valorizado em todo o lado por isso mesmo. É um jogador excelente no que faz, e acho que esta ia para Portugal só o vai tornar mais forte.»
Antes de se despedir, Luís Rinaudo diz que está a planear vir a Portugal «em Novembro ou Dezembro» e que nessa altura quer beber mate com o jornalista. Fica marcado. Pelo meio, garante que o que mais o impressiona no filho é a qualidade humana. «O Fabián é sobretudo uma excelente pessoa. Vocês vão ver.»
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